A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (29/11) o tão esperado reajuste nos preços da gasolina. A alta de 4% nos preços da refinaria começou a vigorar já neste sábado (30/11), mas o percentual do aumento, no entanto, foi inferior ao estimado pelo mercado, que projetava uma alta de 7%.
A companhia também reajustou em 8% os preços diesel. Os recentes aumentos pretendem assegurar que os indicadores de endividamento e alavancagem da Petrobras retornem aos limites estabelecidos no Plano de Negócios 2013/2017 em até 24 meses, considerando o crescimento da produção de petróleo e a aplicação da política de preços de combustíveis, segundo fato relevante divulgado pela companhia.
No plano para 2013/2017, a empresa prevê uma alavancagem (técnica para ampliar a rentabilidade aumentando o endividamento com empréstimos ou compra de ativos) de no máximo 35% de seu patrimônio líquido, e um endividamento de até 2,5 vezes o seu patrimônio. Para atingir tal patamar, a empresa desenvolveu uma nova metodologia de reajuste de preços que prevê que o aumento da gasolina no mercado interno seja automático e atrelado às cotações internacionais.
Mas esta nova metodologia ainda foi não aprovada pelo conselho de administração da companhia. O receio é de que aalta da gasolina pressione ainda mais a inflação, mas a falta de previsibilidade na formação do preço da gasolina continuará inibindo investimentos na retomada do crescimento do setor sucroenergético brasileiro.
Para a Industria da Cana de Açúcar (Unica), o aumento de 4% no preço da gasolina comercializada na refinaria poderia significar uma leve e pontual melhora na competitividade do etanol comparado com a gasolina, mas o aumento de 8% no preço do óleo diesel elimina qualquer benefício em potencial para o etanol que o aumento da gasolina pudesse produzir. “O impacto da alta do diesel no custo de produção do etanol é muito significativo. Devido ao grau de mecanização hoje na atividade agrícola, o diesel mais caro afeta plantio, colheita, carregamento e transporte. É um dos insumos mais importantes para a produção do biocombustível de cana,” explica o diretor Técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues.
Ele lembra também que o aumento no custo do diesel provoca alta nos custos de outros insumos importantes para a produção do etanol.
(Fonte: Globo Rural)
Comentários