Região do Grande ABC retoma Grupo de Trabalho da Indústria Química

Potencializar ações para o desenvolvimento sustentável da indústria química na região do Grande ABC. Este é o principal objetivo do Grupo de Trabalho (GT) Químico do ABC, relançado nesta terça-feira (13), ao final do Seminário Regional da Indústria Química, Petróleo e Minérios no ABCDMRR, realizado em Mauá, na região do Grande ABC (SP). O GT foi criado originalmente nos anos 90, do século passado.

A primeira reunião de trabalho do GT foi marcada para o dia 28 de maio próximo. O seminário teve o objetivo de discutir estímulos e incentivos para promover a retomada do crescimento da indústria na região, com foco em três pilares principais: inovação, reposicionamento e novas cadeias.

Interesse Comum – Participaram das atividades o deputado federal e integrante da Frente Parlamentar, Francisco Chagas (PT/SP), e o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar, Vanderlei Siraque (PT/SP), o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, o prefeito de Mauá, Donisete Braga, os secretários de Desenvolvimento Econômico de Mauá, Ciomar Okobayashi, e de Governo, Edílson de Paula Oliveira, a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Econômico de Santo André, Oswana Famelli, e o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Químicas (Abiquim), Fernando Figueiredo.

“Apesar de ter evoluído na formação dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), a região perdeu a discussão regional ao deixar de debater de forma específica o tema no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC”, analisou Siraque, Segundo ele, a retomada é mais do que necessária. “O ABC perdeu 1/3 da indústria química. O PIB químico regional era para ser de R$ 75 bilhões e recuou para R$ 50 bilhões”, disse o parlamentar. Segundo ele, é preciso rever com urgência alguns pontos do plano diretor, como por exemplo, a volta da avenida dos Estados como rota industrial. “A avenida Industrial perdeu essa vocação por falhas na legislação”, disse.

O prefeito Donisete Braga definiu o momento como a oportunidade perfeita para a interação entre poder público e agentes dos segmentos. “Fico muito feliz em presenciar o momento em que Mauá sedia um encontro como este, percebendo a dinâmica e o conteúdo dessa cadeia de trabalho, que se empenha para buscar o melhor para nossa região”, disse Braga – representando também o Consórcio Intermunicipal.

O deputado Francisco Chagas (PT/SP) afirmou que o Congresso Nacional deve apoiar e participar do processo de retomada do setor na região do ABC, realizando as mudanças necessárias na legislação. O parlamentar é autor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 301 que retira toda tributação existente sobre medicamentos para uso humano. “Hoje, um medicamento compõe-se de 33,9%, ou seja, mais de um terço do valor final do produto na farmácia é composto por tributos federais, estaduais e municipais”, explicou ele. Ele avalia que reduzir esses tributos significa dar acesso à população a um item indispensável. Segundo o parlamentar, hoje, a tributação de medicamentos para uso animal está na ordem de 13% e para uso humano na ordem de 33.9%.

Presidente da Abiquim e ex-vice-presidente da Basf, Fernando Figueiredo, afirmou que o Brasil tem a sexta indústria química do mundo e logo deve chegar ao quinto lugar, passando fácil a Coréia. Figueiredo acredita que neste momento superar a Índia é quase impossível. “O indianos têm até Ministério da Química”, disse.

Giovanni Roco Neto, secretário-executivo da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, destacou a importância da retomada do GT. “Da mesma forma que foi realizado estudo específico da cadeia produtiva, devemos construir uma agenda e estruturar políticas públicas com um olhar especial para o tema carga tributária. Na opinião de Roco Neto, existe um desafio, uma dificuldade para enfrentar, e a retomada do GT será o a retomada de toda a luta”.

União de Forças – O evento foi realizado pelas prefeituras de Mauá, Santo André, São Bernardo do Campo e do Consórcio Intermunicipal do ABC, com o apoio da Frente Parlamentar em Defesa da Competitividade da Indústria Química, Petroquímica e Plástica.

Antecedentes - A indústria química e petroquímica é pioneira na região do Grande ABC e hoje atravessa um momento crucial. Representa 13,7%, ou seja, quase 14% da Indústria Química do Brasil, e mostra a importância que tem em nível nacional com um faturamento de R$ 49,5 bilhões por ano.

São 1.130 empresas que empregam mais de 50 mil pessoas na região. É um setor que oferece boa remuneração, com salário médio de R$ 3.038,00, valor duas vezes mais alto do que a média da indústria de transformação no Brasil, no entanto, ao longo dos anos, vem perdendo peso e produtividade. Os dados se baseiam em estudo realizado pela Braskem e pela MaxiQuim Assessoria de Mercado.

 

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>