Indústrias químicas enfrentam barreiras na região do Grande ABC

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC

A indústria química do Grande ABC está com um potencial de crescimento represado. As principais barreiras são as leis municipais de zoneamento e a falta de estímulos fiscais para investimentos na região.

Esta é a conclusão do presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, Petroquímico e Plástico do Brasil, o deputado federal Vanderlei Siraque (PT-SP), com base no estudo Situação e Perspectivas da Indústria Química no ABC.

É necessário repensar as questões de zoneamento e os incentivos para as empresas. E desincentivar a ampliação de prédios”, argumentou Siraque, que apresentou ontem o trabalho na Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André). “Pretendemos divulgar os dados para outras entidades, empresários e vereadores.”

Siraque diz que a indústria química caminha muito bem e tem potencial para expandir. Mas barra em áreas que são residenciais e que cada vez mais ganham prédios. “É triste ver terrenos de indústrias químicas antigas dando lugar a empreendimentos residenciais que não geram emprego e renda. Sem contar que desenvolve um conflito social por causa da infraestrutura, que não suporta mais gente. Temos que pensar se queremos uma região dormitório no futuro”, criticou.

O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Raimundo Suzart, lembrou ainda que as áreas que estão afastadas das residências também têm barreiras para a expansão do setor, pois são protegidas pelo fato de a maioria ser região de mananciais, ou seja, de preservação.

Siraque também destacou a importância das químicas do Grande ABC para o País. Em relação ao faturamento líquido, as companhias regionais de tintas e vernizes representam 63% do total no País, as de transformação de borracha, 45%, e, as de limpeza doméstica, 33%.

Produtividade cai 4,5% por ano, mostra levantamento

A falta de estímulos para a indústria química, destaca o estudo Situação e Perspectivas da Indústria Química no ABC, gerou queda média anual de produtividade do setor, na região, de 4,5% no período de 2002 a 2012.

Desta maneira, o trabalho e a remuneração também sofreram influência. A indústria química garantia ao fim de 2012, 50.169 empregos, número que cresceu anualmente, durante os dez anos analisados, 1,6% em média, abaixo do resultado nacional, de expansão de 3,9%. O salário médio, de R$ 3.038, igualmente aumentou menos do que a média do País, com 0,6% contra 1,5% ao ano.

Grande ABC tem 93% do parque formado por pequenas e médias

Cerca de 93% da indústria química da região é formada por pequenas e médias empresas, que precisam muito de incentivos para expandirem, destacou o deputado federal Vanderlei Siraque (PT-SP). Mas ele citou a Braskem, gigante mundial, como uma das incentivadoras do estudo e também do crescimento da cadeia.

Como exemplo de que a região é um bom lugar para se investir, a Braskem faz aporte de R$ 238 milhões para, a partir de 6 de setembro, realizar parada técnica para modernizar suas fábricas no Polo Petroquímico do Grande ABC.

Matéria publicada originalmente no jornal DIÁRIO DO GRANDE ABC, caderno de Economia, em 24 de julho de 2014

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