Demanda por produtos químicos cresce na ponta da cadeia de janeiro a agosto, mas produção e vendas do mercado local recuam‏

Os índices de volume de produção e de vendas internas exibiram recuo de janeiro a agosto deste ano, na comparação com igual período do ano anterior, conforme informações preliminares da equipe de Economia e Estatística da Abiquim. O índice de produção caiu 5,66% e o de vendas internas teve declínio de 4,94% no mesmo intervalo. Todavia, em igual período, a demanda nacional por produtos químicos, medida pelo consumo aparente nacional (CAN), teve elevação de 0,7%. Como a produção caiu, as importações ocuparam uma fatia maior da demanda e apresentaram crescimento de 10%, em relação ao período de janeiro a agosto do ano passado.

De acordo com a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, a falta de competitividade do produtor local tem impactado não só o desempenho das vendas domésticas, mas também tem dificuldade a remessa de produtos para o mercado internacional. De janeiro a agosto, as exportações de produtos químicos de uso industrial caíram 5,2%, em volume, sobre igual período do ano anterior.

Em relação aos dados de agosto de 2014, o índice de produção teve a segunda alta consecutiva (+1,67%), refletindo o retorno de algumas plantas que haviam realizado paradas programadas ou para manutenção, além da melhora sazonal da atividade industrial. Entretanto, mesmo com dois meses consecutivos de resultados positivos, a atividade do setor recuou nos primeiros meses do ano e ainda não voltou aos patamares de meados do ano passado. Como possíveis razões para a melhora do período recente, Fátima Giovanna destaca também alguma recomposição de estoques nas diversas cadeias consumidoras. Além disso, na química, o segundo semestre do ano costuma ser mais forte do que o primeiro. Com isso, a utilização da capacidade instalada melhorou um pouco em agosto, alcançando 84%, três pontos acima da taxa de julho e quatro pontos mais elevada do que a de agosto de 2013. Entretanto, a média de janeiro a agosto ficou em 79%, três pontos abaixo do nível registrado nos primeiros oito meses no ano passado, indicando, assim, elevação da ociosidade do segmento.

Na análise dos últimos 12 meses findos em agosto de 2014 sobre os 12 meses imediatamente anteriores, os índices de volume também apresentam resultados negativos, vindo decrescente desde julho do ano passado e negativa a partir de maio deste ano. No período mencionado, a produção caiu 2,93% (ante -3,44% nos 12 meses anteriores) e as vendas internas reduziram 4,21% (contra -4,41% nos 12 meses anteriores). “Deve-se ressaltar que, embora as taxas sejam negativas, há uma reversão da tendência de recuo, o que pode indicar que o fundo do poço foi alcançado e que, de agora em diante, a situação tende a se estabilizar ou até a apresentar alguma recuperação”, observa Fátima Giovanna. Para a diretora, embora a atividade econômica não tenha mostrado resultados favoráveis neste ano, o CAN dos produtos químicos de uso industrial cresceu 2,7% na comparação dos últimos 12 meses encerrados em agosto em relação aos 12 meses imediatamente anteriores.

As variáveis inseridas no CAN tiveram o seguinte desempenho: produção caiu 2,93%, exportações caíram 8,5%, enquanto o volume importado teve crescimento de 9,8%. “Esses números tornam evidente a dificuldade de competição do setor, que se agravou muito no período recente. O quadro negativo está sendo atribuído principalmente à perda de competitividade das empresas que produzem no mercado brasileiro, associada ao desempenho fraco de mercado em algumas das principais cadeias demandantes de produtos químicos. Os segmentos mais expostos ao mercado internacional e que trabalham com produtos que podem ser facilmente transacionados com o mercado externo, como o químico, não tem conseguido competir”, comenta Fátima Giovanna.

Com informações da Abiquim

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