Fadigas garante investimento da Braskem no COMPERJ

O CEO da Braskem, Carlos Fadigas, afirmou ao jornal Valor, que “A Braskem acredita no projeto {do Comperj} e espera que saia cedo” e diz que “Não há risco de a Braskem não fazê-lo para privilegiar outro projeto”. Entretanto, reivindica a redução do preço do gás matéria prima, fornecido pela Petrobrás, na cotação americana “Mont Belvieu” que varia entre US$3,5 e US$4 o m/BTU.

Hoje 31% de todos os produtos químicos consumidos no Brasil são importados, tendo em conta o aumento da demanda  brasileira e as condições frágeis de competitividade da indústria nacional.Tal realidade levará a nossa balança comercial a um déficit de US$32 bilhões ao final de 2013.

Esta realidade é decorrente de diversos fatores, como logística e infraestrutura frágeis e, em especial, a falta de competitividade da precificação da nossa matéria prima. A base da matéria prima para a indústria petroquímica é o eteno. O eteno, por usa vez, pode ter como matéria prima: etanol (cana-de-açúcar), gás natural (diversas fontes), nafta (petróleo).

É óbvio que a economia está globalizada e as empresas estão se internacionalizando. Todavia, a indústria petroquímica está retornando para os Estados Unidos por outros motivos; isto é, em decorrência da nova metodologia de exploração do gás de xisto(shale gas) que o levou à competitividade energética em geral e em matéria prima para esta cadeia produtiva. A cotação americana do gás natural “Mont Belvieu” varia entre US$3,5 a US$4 por m/BTU, enquanto no Brasil está na casa dos US$12! Este preço do gás não é competitivo nem como energético e, muito menos, para matéria prima. Por isso, a base da nossa petroquímica é a nafta que não resolve o problema de custos por ser menos competitiva em relação aos nossos concorrentes diretos; ou seja, Estados Unidos e México.

O México, vizinho dos Estados Unidos, também não está perdendo a oportunidade e, assim, utiliza-se da referência de preços americano para o fornecimento do gás natural para as empresas petroquímicas. Tal fato levou empresas, como a Braskem, a investir no México (Joint venture) Braskem/Idesa com a garantia de fornecimento de matéria prima pela PEMEX na referência de preço americano. Além do México, a Braskem, a Dow Chemical, Sabic e Formosa Plastic estão investindo nos Estados Unidos. Significa que, ao longo do tempo, o país da América do Norte terá resinas termoplásticas sobrando e um dos possíveis mercados será o Brasil por falta de competitividade da nossa indústria. Neste sentido, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro é fundamental, onde a previsão de investimentos, somente da Braskem, será de US$5 bilhões. Entretanto, para que este projeto se transforme em realidade, é necessário a disponibilização de matéria prima com garantias de fornecimento a preços competitivos, além dos necessários incentivos fiscais e uma política pública de curto, médio e longo prazos  para toda a cadeia produtiva.

Neste sentido, saudamos as empresas que acreditam no futuro da indústria química, petroquímica plástico do Brasil e, também, o BNDES e o MDIC pela contratação de um amplo estudo sobre o passado e os desafios do setor  para os próximos 50 anos.

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