ETANOL

  

O etanol (nome técnico do álcool etílico combustível) pode ser produzido a partir de várias matérias-primas, como milho, trigo, beterraba e cana-de-açúcar. Trata-se de uma fonte de energia natural, limpa, renovável, sustentável e mais democrática do que os combustíveis fósseis. No Brasil, existe o etanol hidratado, com 5% de água, que abastece os automóveis flex, e o etanol anidro, com 0,5% de água, misturado na gasolina numa proporção de 20% a 25%.

Diferenças entre o etanol de cana-de-açúcar, produzido no Brasil, e os de milho, beterraba e outros produtos agrícolas, produzidos em outros países.

O etanol brasileiro, produzido de cana, apresenta vantagens econômicas e ambientais claramente documentadas em relação ao etanol produzido de outros insumos. O balanço energético do etanol brasileiro, ou a proporção entre a energia fóssil utilizada para produzí-lo e a energia contida no combustível produzido, é altamente positivo. São nove unidades de energia renovável para cada unidade de energia fóssil utilizada na produção.

Segundo o World Watch Institute, esse índice é cerca de quatro vezes superior ao do etanol produzido no continente europeu, e quase cinco vezes maior que o do etanol produzido a partir do milho. Segundo o Departamento de Energia dos EUA, a produção de gasolina e de diesel, além de não produzir energia renovável, apresenta eficiência energética negativa – cada unidade de energia fóssil consumida no ciclo de produção gera em torno de 0,8 unidades de energia fóssil.

Em relação à emissão de gases causadores do efeito estufa, segundo diversas estimativas calculadas com base na análise de ciclo de vida do produto (well-to-wheel analysis), o etanol brasileiro de cana-de-açúcar reduz as emissões em cerca de 90% comparado com o uso da gasolina. (http://www.unica.com.br/faq/)

 

Etanol Anidro e Etanol Hidratado

A diferença entre o etanol anidro e o hidratado está no teor de água. Enquanto no anidro o teor fica em torno de 0,5%, no hidratado ele chega a cerca de 5% em volume. O etanol anidro é o adicionado à gasolina, enquanto o hidratado é o etanol vendido nos postos de combustíveis. O etanol hidratado sai diretamente das colunas de destilação das usinas produtoras. Já o anidro, produzido a partir do hidratado, passa por um processo adicional que retira a maior parte da água presente. (http://www.unica.com.br/faq/)

 

Competitividade do Etanol prejudicada

Sucessivos cortes na CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) reduziram a carga tributária sobre a gasolina de cerca de 47% do preço de bomba em 2003 para 35% hoje l Para o etanol, o peso médio dos tributos permanece inalterado: 31% l Como o valor energético do etanol é 30% inferior ao da gasolina, o consumidor hoje paga mais imposto por quilômetro rodado sobre o combustível limpo e renovável, o etanol, do que sobre o combustível fóssil,a gasolina. (http://www.unica.com.br/faq/)

 

Economia de Baixo Carbono

O uso do etanol e da bioeletricidade já contribui para reduzir em 10% as emissões anuais brasileiras de gases causadores do efeito estufa l Considerando apenas os setores de transporte e eletricidade, as emissões evitadas atingem 22% ao ano. (http://www.unica.com.br/faq/).

 

PROÁLCOOL

Criado em 1975, o Programa Nacional do Álcool (PROÁLCOOL) foi o passo inicial do que hoje é considerado o mais importante e bem-sucedido programa de combustível comercial renovável já implantado no mundo. Lançado por decreto presidencial, o PROÁLCOOL incentivou a oferta em grande escala de etanol produzido de cana-de-açúcar, mandioca e outros insumos, aproveitando-se da experiência acumulada do Brasil desde a década de 20 com a produção e utilização do etanol combustível em menor escala. O primeiro “choque do petróleo” em 1973, que causou forte aumento no preço do barril de petróleo, foi o principal estímulo para o lançamento do PROÁLCOOL.
Na época, a maior parte do petróleo utilizado no Brasil era importado e a elevação no preço do petróleo teve forte impacto nas contas externas brasileiras. A produção brasileira de etanol ilustra bem o sucesso do programa: o total cresceu de 555 milhões de litros em 1975-76 para mais de 20 bilhões de litros na safra 2011-12. (http://www.unica.com.br/faq/).

 

Bioeletricidade

A bioeletricidade é uma energia limpa e renovável, feita a partir da biomassa: resíduos da cana-de-açúcar (bagaço e palha), restos de madeira, carvão vegetal, casca de arroz, capim-elefante e outras. No Brasil, 80% da bioeletricidade vem dos resíduos da cana-de-açúcar. Cada tonelada de cana moída na fabricação de açúcar e etanol gera, em média, 250kg de bagaço e 200kg de palha e pontas. Com alto teor de fibras, o bagaço de cana, desde a revolução industrial, tem sido empregado na produção de vapor e energia elétrica para a fabricação de açúcar e etanol, garantindo a autossuficiência energética das usinas durante o período da safra. (http://www.unica.com.br/faq/).

 


Histórico do Setor
 
A história de sucesso do setor sucroenergético brasileiro e suas principais contribuições na busca por um futuro mais sustentável está representada na apresentação “Indústria Brasileira de Cana-de-Açúcar: uma trajetória de evolução”.

Da chegada da cana ao Brasil, passando pelos programas de sustentabilidade do setor, a consolidação da tecnologia flex e o aparecimento dos bioplásticos e aviões movidos a etanol. O link abaixo consiste em uma ferramenta multimídia interativa para uma Linha do Tempo que contém textos, vídeos e gráficos, mostrando esses elementos em ordem cronológica.

Lançada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) – junho de 2012, a ferramenta foi desenvolvida pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) com apoio da Apex-Brasil, a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do governo brasileiro.

http://www.unica.com.br/linhadotempo/index.html


 


Cana-de-açúcar
 
O Brasil é reconhecido e elogiado mundialmente pelo forte componente renovável de sua matriz energética. Hoje, mais de 47% de toda a energia utilizada no país vem de fontes renováveis. O setor sucroenergético tem papel-chave nesse quadro: a cana-de-açúcar, matéria-prima para a produção de etanol e bioeletricidade, é a segunda maior fonte de energia do país, respondendo por 18% de toda a energia consumida pelo Brasil.

Considerado o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, o Brasil produz mais de 490 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano (safra 2011/2012). O País é também o 1º Produtor Mundial de Açúcar, responsável por 25% da produção mundial e 50% das exportações mundiais. E o 2º Produtor Mundial de Etanol, sendo responsável por 20% da produção mundial e 20% das exportações mundiais.

A produção de cana-de-açúcar se concentra nas regiões Centro-Sul e Nordeste do Brasil. O mapa abaixo mostra em vermelho as áreas onde se concentram as plantações e usinas produtoras de açúcar, etanol e bioeletricidade, segundo dados oficiais do IBGE, UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas – SP) e do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).

Para obter dados sobre a produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol em diversas safras, consulte o UnicaData, a área do site da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), dedicada ao fornecimento de dados e estatísticas técnicas e econômicas atualizadas sobre o setor sucroenergético.

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Outros usos para o Etanol
 
Motocicletas flex-fuel já estão sendo comercializadas no mercado. Ônibus movidos por uma mistura de 95% de etanol e 5% de um aditivo já rodam no exterior e estão sendo testados no Brasil atualmente. Os benefícios para o meio ambiente são o principal atrativo da substituição do óleo diesel por etanol.

Estima-se que a substituição de mil ônibus a diesel por modelos movidos a etanol reduziria as emissões de gás carbônico em cerca de 96 mil toneladas por ano, equivalente às emissões de 18 mil automóveis a gasolina. O Ipanema, um pequeno avião agrícola fabricado no Brasil pela Embraer, voa com 100% de etanol.

Entre as futuras utilizações do etanol está o desenvolvimento de bioplásticos. Estuda-se também o uso de caldo de cana na produção de substitutos para o querosene de aviação.

O mundo inteiro está buscando alternativas para o petróleo. Na próxima década deve chegar ao mercado o etanol de segunda geração, produzido a partir de todo tipo de biomassa vegetal, incluindo o lixo orgânico. O bagaço e a palha da cana são excelentes alternativas para o Brasil. Quando eles forem plenamente utilizados, a produtividade por área do etanol brasileiro vai praticamente dobrar. Ou seja, a produção do combustível vai crescer sem expansão das áreas cultivadas.
 


De ponta a ponta
 
O etanol gera benefícios ambientais desde o momento em que a cana brota no campo, absorvendo a maior parte do gás carbônico gerado em sua produção e consumo. Os dados da apresentação a seguir são relativos à emissão de CO2 para cada mil litros de etanol produzido e consumido: 2008 – Cartilha do Etanol: saiba mais sobre o etanol, sua produção, os benefícios para o meio ambiente, para você e para a economia do País. downloads

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