ANP quer controle mais rígido de manutenção nas refinarias

Após acidentes, agência reguladora deve publicar em janeiro resolução com diretrizes de segurança operacional

Sabrina Valle e Antonio Pita

A Petrobrás registrou nesta sexta-feira mais um acidente em uma de suas refinarias, a quarta ocorrência em duas semanas. Três funcionários ficaram feridos em dois casos separados na refinaria Landulfo Alves (RLAM), na Bahia, um na quinta-feira e outro nesta sexta. Também houve feridos em incidentes recentes nas refinarias Getúlio Vargas (Repar, em Araucária, no Paraná), na Reman (Manaus) e na Reduc (Rio).

A sucessão de casos chamou a atenção da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Desde o ano passado, a agência reguladora trabalha para implementar regras mais rígidas para manutenção em refinarias.

Uma audiência pública foi realizada em julho de 2012 e a expectativa é de que a resolução com as novas regras esteja publicada até o fim de janeiro do ano que vem, de acordo com a ANP.

O regime em estudo espelha o já adotado pela agência para a área de produção e exploração e que levou a paradas de plataformas nos últimos anos, com impacto para a produção de petróleo do País.

No caso de refinarias, as regras em estudo não necessariamente vão implicar em paralisações de produção. Mesmo porque a minuta, ainda não aprovada, prevê dois anos para adequação das empresas às novas práticas de manutenção das instalações.

Ocorrências. O acidente com maior repercussão para o abastecimento do País foi registrado na Repar, onde um incêndio no último dia 28 de novembro causado após corrosão em uma tubulação levou à paralisação da refinaria. Com capacidade para processar 200 mil barris por dia, a Repar é uma das maiores do País.

A Petrobrás pretende voltar a produzir na próxima terça-feira, mas a data não é garantida pelo sindicato de petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC).

Desde quarta-feira passada, os funcionários estão em regime de greve para reivindicar mais segurança de trabalho. Os trabalhadores realizam assembleias em frente à refinaria duas vezes por dia e podem a qualquer momento cruzar os braços de vez.

A ANP estimou que, quando voltar a produzir, a Repar vai operar com dois terços da carga usualmente processada, porque uma das colunas da unidade de destilação está danificada. O Sindipetro calcula que sejam necessários no mínimo de 20 a 30 dias para consertar o maquinário e retomar a produção a carga total.

Feridos. Na RLAM, na Bahia, os trabalhadores ficaram feridos em dois acidentes registrados na mesma unidade U-6, de craqueamento catalítico, segundo o Sindpetro-Bahia. A unidade passava por uma parada de manutenção quando fagulhas provocadas pela retirada de resíduos provocou um incêndio de médias proporções na unidade, informou o sindicato.

Um trabalhador terceirizado sofreu queimaduras no rosto e fraturas nas pernas ao cair de uma altura de cerca de dois metros na tentativa de escapar do acidente. Ele continua internado, mas não corre risco de morte. Outro trabalhador, técnico em segurança, que dava assistência ao acidente, também sofreu uma queda e teve lesões sem gravidade.

No dia anterior, outro funcionário terceirizado foi atingido por um jato de vapor durante a operação de limpeza de uma tubulação. Ele teve queimadura de segundo grau e segue internado no Hospital de Medicina Humana de Candeias, na Região Metropolitana de Salvador.

(Fonte: Estadão)

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,anp-quer-controle-mais-rigido-de-manutencao-nas-refinarias,172955,0.htm

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