Opep diz que deve perder participação no mercado para óleo de xisto

LONDRES, 7 Nov (Reuters) – A Opep pode perder quase 8 por cento de sua participação no mercado de petróleo nos próximos cinco anos, com uma maior oferta de energia de xisto e outras fontes rivais fazendo com que o grupo exportador tenha poucas vantagens com um aumento da demanda global.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo tem demorado mais que outros para reconhecer o impacto que o fraturamento hidráulico tem tido sobre a oferta. No início deste ano, o grupo decidiu realizar sua própria investigação sobre o óleo de xisto.

Em seu relatório anual de previsão mundial sobre o petróleo, a Opep disse que espera que a demanda mundial por seu petróleo bruto fique em uma média de 29,2 milhões de barris por dia (bpd) em 2018, queda de 1,1 milhão de bpd ante 2013, por conta do aumento da oferta vinda de fora do grupo de 12 membros.

Em outro cenário, a Opep vê uma queda ainda maior na demanda pelo petróleo do grupo, para 28 milhões de barris por dia, em 2018 –7,6 por cento a menos do que neste ano e 2 milhões de bpd abaixo do que atualmente produz.

O boom do xisto nos EUA tem redesenhado o panorama do mercado do petróleo.

“Não há escassez de petróleo e os recursos são abundantes”, disse o secretário-geral da Opep, Abdullah al-Badri, no prefácio do relatório.

Além do potencial de uma expansão mais rápida da oferta da América do Norte, também há recursos adicionais em outros países fora da Opep, como Rússia, Argentina e China”, disse o relatório.

A oferta de petróleo e gás natural também pode ser mais forte do que o esperado no Brasil, acrescentou.

DEMANDA

Em seu cenário referência, a Opep estima a demanda mundial em 92,5 milhões de bpd até 2016, cerca de 400 mil bpd a menos do que a previsão em seu relatório do ano passado.

Diante do forte aumento da oferta de países fora da Opep, o grupo deverá ter que escolher entre reduzir a sua própria oferta a fim de aumentar os preços, ou aceitar um preço mais baixo com o intuito de levar algumas das origens concorrentes mais custosas a sair do negócio.

(Reportagem de Alex Lawler)

(Fonte: Estadão- 07 de novembro de 2013)

 

http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE9A606P20131107?pageNumber=1&virtualBrandChannel=0&sp=true

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